Restrições da pandemia nos fazem pensar fora da caixa. Essa e outras notícias? Leia em nosso boletim!
"Quando escrita em chinês a palavra crise compõe-se de dois caracteres: um representa perigo, o outro representa oportunidade." (John Kennedy)
Restrições da pandemia impulsionam a criatividade
Restrições pela quarentena estão incentivando o pensamento criativo em diversas áreas da sociedade. O comediante Jon Stewart foi questionado sobre onde nasceu a criatividade de seu talk-show noturno, “The Daily Show”, e sua resposta surpreendeu muitas pessoas: “Acredito realmente que a criatividade vem de limites, não de liberdade”, disse ele. A quarentena injetou limites dramáticos em nossas vidas, no trabalho, escola ou na realização de tarefas diárias rotineiras, e milhões de pessoas tiveram de se adaptar rapidamente e encontrar novas maneiras de fazer as coisas. As perguntas sobre isso são infinitas. Como trabalhamos quando não podemos sair de casa e precisamos vigiar crianças e outros membros da família em casa? Como as crianças aprenderão sem a rotina diária? E as pessoas que não estão online, como ajudá-las? Algumas das novas soluções podem ser melhores do que as de antes. Isso nos faz questionar nossa rotina e continuar a pensá-la quando as coisas voltarem ao “normal”.
Restrições nos fazem pensar fora da caixa - Tudo é empolgante, mas não deveria ser surpreendente. As restrições são, contra intuitivamente, uma parte crítica do processo de criatividade, e é por isso que são parte integrante de como as pessoas e as organizações mais inovadoras operam. Estamos muito acostumados a ver ou resolver um problema de uma certa maneira que uma restrição que nos força pensar “fora da caixa” é benéfica. Esse ponto de vista diferente é essencial, porque nos permite reformular o problema original e ver novas opções.
O efeito Einstellung - Vários estudos mostram como somos vítimas de vieses cognitivos conhecidos, por exemplo, o efeito Einstellung, ou seja a familiaridade que nos leva a pular para uma resposta, descartando alternativas, e viés de confirmação, no caso de se prestar mais atenção às informações que reforçam nossas crenças. Nas empresas, mais da metade das decisões fracassam, o que é atribuído a uma falha em ver alternativas. Até os jogadores de xadrez subestimam melhores sequências de movimentos quando as peças são dispostas de maneiras familiares.
Obstáculos difíceis podem levar as pessoas a abrir suas mentes - É por isso que os processos mais antigos e validados de resolução de problemas criativos e as principais consultorias de inovação empregam exercícios que introduzem restrições: elas nos ajudam não apenas no desenvolvimento de novas ideias, mas na tarefa mais difícil, que é escapar das antigas formas de resolver as coisas.
Na maioria das vezes é o conhecimento, não a ignorância, que nos atrasa - As restrições de tempo nos forçam a focar na prioridade em questão e a produzir algo viável. “Bom o suficiente” é melhor do que algo que nunca sai do papel. Nada como um prazo de entrega! As restrições de recursos nos forçam a buscar abordagens diferentes. Pense como MacGyver: se eu não tenho o dispositivo certo, como podemos fazer o mesmo trabalho com os materiais em mãos ou de outra maneira?
A pandemia e a criatividade - As restrições de ponto de vista em nosso pensamento nos forçam a enxergar sob uma nova perspectiva. Pense diferente, como a Apple: como meu filho ou alguém de outro setor abordaria esse problema? Desde o choque inicial da pandemia, vi a criatividade desencadeada em um ritmo sem precedentes e em lugares inusitados. Esses momentos criativos começaram pequenos, com uma pequena sacola plástica no supermercado da Espanha, e continuaram uma semana depois, quando um pastor reinventou seu sermão na Califórnia.
A pandemia e o trabalho - Um de meus clientes executivos trabalha para uma empresa que o obriga a estar no escritório dos EUA com sua equipe, mesmo que sua esposa e filhos morem na Ásia. As viagens e a separação de sua família afetaram seu bem-estar e isso, por sua vez, afetou sua produtividade e lealdade à empresa. Nos últimos dois meses, como resultado do coronavírus, meu cliente tem gerenciado com sucesso sua equipe remotamente, de seu apartamento alugado nos EUA. Foi necessária uma quarentena no estado para que o tele-trabalho e o gerenciamento remoto fossem testados. Sim, eles são possíveis e podem ser bem feitos. Há evidências crescentes de que os benefícios de produtividade do trabalho remoto superam os custos, mas muitas empresas ainda mantêm as políticas tradicionais sobre local de trabalho, horário de trabalho, horário flexível. Simplesmente porque é assim que as coisas “sempre foram feitas”.
A pandemia e o ensino escolar - Embora a internet e as videoconferências tenham nos ajudado no trabalho, elas também permitiram que nossos filhos frequentassem a escola remotamente, o que introduz as questões de como as crianças aprendem melhor. Como professor, vejo alunos que tinham problemas para participar da aula começarem a prosperar online. Adotei pessoalmente novas técnicas, como pesquisas ao vivo, para promover o envolvimento. Como um colega me disse: “Começar a ensinar online anos atrás melhorou meus cursos presenciais”. Milhões de professores e alunos foram forçados a trabalhar sem uma sala de aula física. Outras melhorias não têm nada a ver com tecnologia. Nossa escola, por exemplo, permite que as famílias gerenciem sua própria programação diária. Para minha filha, o sono é essencial, e agora ela está se dando muito bem com seu novo horário em casa, às 10h30, o que permite que eu e minha esposa usemos horas produtivas da manhã para outros trabalhos. Pesquisas mostram que as crianças se saem melhor quando começam as atividades mais tarde no dia. Como muitos pais podem atestar, tirar o adolescente da cama cedo é uma maneira certa de deixar todo mundo de mau humor logo no começo do dia.
A escola e o distanciamento social - Em Amsterdã, na Holanda, onde meus sobrinhos moram, as escolas estão reabrindo, mas mantendo a restrição do distanciamento social. Uma solução inovadora: as aulas são divididas em dois grupos e os alunos frequentam a escola em dias alternados ou em horários diferentes durante o mesmo dia. Isso permite que os professores prestem mais atenção à sala de aula, reduz o tédio da quarentena, permite que os alunos continuem com algum estudo independente, além de aliviar parte da carga sobre os pais que estão trabalhando em casa. Os políticos terão a complexa tarefa de avaliar o que leva a melhores resultados educacionais. Mas há certamente milhões de experiências intrigantes em andamento que podem ser analisadas ao se conseguir localizar os dados corretos.
A pandemia e os negócios - Anos atrás, durante um workshop de inovação, meus alunos executivos examinaram como as lojas físicas poderiam servir melhor os idosos. Quase todo mundo queria criar um aplicativo e serviço de entrega, então eu introduzi a restrição de que soluções não poderiam envolver tecnologia. Eles reclamaram. Mas quando olharam mais profundamente, perceberam que estavam tratando do problema errado. Os idosos que eles entrevistaram e observaram fazer compras não queriam uma maneira melhor, mais rápida e mais barata de obter seus produtos. O que eles queriam era mais contato social. Não me entenda mal: a entrega online permite que milhões de pessoas obtenham o que precisam sem sair, e isso é um benefício para os compradores idosos. Mas podemos atender idosos com segurança, sem isolá-los?
A pandemia e os supermercados - Depois da Covid-19, muitos supermercados agora têm horário de manhã exclusivo para compradores mais velhos. Isso deixou os idosos felizes, permite um serviço mais dedicado, minimiza a infecção cruzada e, provavelmente, reduz a ansiedade de todos os compradores impacientes na fila do caixa. As comunidades e os supermercados podem ter encontrado maneiras poderosas de promover os laços comunitários, satisfazer os clientes e até aumentar o desempenho da loja. Eles escolherão manter essas horas quando a “normalidade” voltar? Eu certamente espero que sim.
A pandemia no cotidiano: igreja, saúde e serviços diários - Um pastor de uma pequena igreja na Califórnia foi à internet. Isso permitiu que mais pessoas comparecessem e também atraiu adolescentes e crianças, que poderiam interagir através da função de bate-papo. Um de seus primeiros sermões, curiosamente, citou João, capítulo 1, versículo 5: “A luz brilha nas trevas e as trevas não a venceram”. Ele perguntou como cada pessoa era “surpreendida pela alegria”, e não pelo desespero, provocada pelas restrições da pandemia.
A pandemia e inovações na Saúde - Na Espanha, os profissionais de saúde tiveram de criar equipamentos de proteção e os inovadores criaram alternativas, quando as máscaras ficaram escassas. Na China, um sistema de saúde com código de cores usou big data, telefones celulares e verificações de temperatura para rastrear e permitir movimentos mais seguros. Em todo o mundo, as consultas de telemedicina e por telefone viram um grande aumento. Até a descoberta de vacinas pode acontecer mais rapidamente, já que estudos em revistas foram disponibilizados meses antes do tempo e o compartilhamento entre os pesquisadores aumentou.
A pandemia e a engenhosidade - A criatividade pode até aparecer nas tarefas diárias mais mundanas, como a sacola plástica que me fez notar, em primeira mão, a engenhosidade humana durante a crise. Com o desinfetante esgotado, meu atendente de supermercado local usou saquinhos de sanduíche no caixa. A necessidade é realmente a mãe da invenção. Sem dúvida, temos muitas coisas para reclamar: a banda larga reduzida no seu Netflix ou um atraso de dois dias na remessa da Amazon não deveriam estar entre elas. Mas, também me parece que as novas restrições não esmagaram o espírito humano, nem a nossa criatividade coletiva. De fato, em muitos casos, é bem o contrário. E é isso que nos leva adiante.
Depois da quarentena - Quando a quarentena for suspensa, encontraremos conforto ao voltar a fazer as coisas no modo antigo. Mas vamos nos lembrar que muitas de nossas antigas formas de trabalho, escola e governo nem sempre funcionavam bem. Alguns, francamente, mostraram falhas nos últimos tempos. Nem todo mundo ficará animado em voltar para o escritório, com horário de trabalho, em acordar as crianças muito cedo para a escola ou com as queixas da família ao ir à igreja no domingo.
Elefante amarrado pela cordinha - Há uma história, de origem desconhecida, do homem que viu um elefante amarrado no lugar por uma pequena corda presa à perna. O elefante estava tão condicionado à sua situação de ser amarrado que, mesmo com aquela pequena corda, permaneceu no lugar. Devido às restrições que estamos enfrentando atualmente, estamos começando a descobrir novas soluções que podem nos desamarrar. O truque é aproveitar e não permanecer no lugar como aquele elefante. (Portal Brasil Agro, publicando editorial da revista Forbes)
Algodão exporta 70% mais e se destaca
As exportações do agronegócio atingiram 31,4 bilhões de dólares nos quatro primeiros meses deste ano, com evolução de 5,9% em relação a igual período de 2019. A força da balança comercial, como vem ocorrendo nos últimos anos, se baseia praticamente em soja, carnes bovina e de frango “in natura”. Juntas, representaram 50% das exportações brasileiras. Conforme dados compilados pela CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, com base na SECEX - Secretaria de Comércio Exterior, outros produtos se somam à lista dos bons desempenhos neste ano. Um deles é o algodão, cujas exportações de janeiro a abril deste ano superaram em 69,5% as de igual período anterior. As vendas externas desta fibra somaram 1,12 bilhão de dólares no primeiro quadrimestre, bem acima dos 659,2 milhões de dólares de janeiro a abril de 2019.
Os dados da CNA - Mostraram também uma boa recuperação do açúcar em bruto e refinado. As vendas externas desses produtos atingiram US$ 1,75 bilhão no ano, 36% mais. As exportações de álcool subiram 14%. Este é um setor que dependerá muito das exportações, devido à redução de consumo interno, tanto de açúcar como de etanol. A carne suína, no vácuo deixado pela queda do rebanho chinês, já tem exportações no valor de US$ 606 milhões, 57% mais do que em 2019. A tendência é de alta para este ano, devido à necessidade de importação da China.
Os parceiros comerciais do Brasil - Os números da balança mostram que os chineses são os grandes parceiros comerciais do Brasil no agronegócio. Neste ano, as compras do país asiático já somam US$ 11,8 bilhões, 38% mais do que em 2019. Bem distantes, vêm a União Europeia (US$ 5,1 bilhões) e Estados Unidos (US$ 1,9 bilhão). O Irã, o quarto principal parceiro comercial brasileiro no agronegócio em 2019, foi o grande ausente da balança comercial deste ano. De janeiro a abril, os iranianos compraram o correspondente a apenas US$ 179 milhões no Brasil, 78% menos do que em 2019, conforme dados apurados. O Irã reduziu as importações de carnes, de milho e de soja, mas elevou as de açúcar.
Os produtos que perderam força - Nas contas da CNA, nove dos produtos importantes da balança comercial brasileira perderam força neste ano. A maior queda ocorreu com o milho, cujas receitas externas encolheram 54%. A celulose, uma commodity de grande participação nas exportações brasileiras, perdeu 31% das receitas neste ano, que recuaram para US$ 2 bilhões no período. Produtos que ainda precisam ganhar força no mercado externa, como lácteos e frutas, continuam com pouca representatividade na balança comercial. (Jornal Folha de S.Paulo)
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