Ano 14, Edição 030.
“A liberdade é um preço que vale a pena pagar.” (Júlio Verne)
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Nova técnica faz tumor eliminar a si mesmo
Uma nova tecnologia permitirá que o corpo produza agentes terapêuticos quando necessário e no local exato do corpo onde eles são necessários. A inovação promete, em uma primeira etapa, reduzir os efeitos colaterais das terapias do câncer, mas também pode se tornar rapidamente a solução para uma melhor distribuição de terapias relacionadas à covid diretamente nos pulmões. Para demonstrar essa tecnologia, cientistas da Universidade de Zurique, na Suíça, modificaram um vírus respiratório comum, chamado adenovírus, para agir como um cavalo de Troia e entregar genes para a terapia do câncer diretamente nas células tumorais. Ao contrário da quimioterapia ou da radioterapia, essa abordagem não prejudica as células saudáveis. Uma vez dentro das células tumorais, os genes servem como um modelo para anticorpos terapêuticos, citocinas e outras substâncias de sinalização, que são produzidas pelas próprias células cancerosas e atuam para eliminar os tumores de dentro para fora.
Tecnologia SHREAD - "Nós enganamos o tumor para que ele elimine a si mesmo por meio da produção de agentes anticâncer por suas próprias células", reforça a Dra Sheena Smith, que liderou o desenvolvimento da técnica. Os pesquisadores batizaram sua tecnologia de SHREAD, sigla de SHielded, REtargetted ADenovirus, ou adenovírus blindado redirecionado.
Melhor que o Herceptin® no câncer de mama - Para testar a técnica, a equipe fez o próprio tumor produzir um anticorpo contra o câncer de mama, uma droga clinicamente aprovada chamada trastuzumabe (Herceptin®), na mama de uma camundongo. Após alguns dias, o SHREAD produziu mais anticorpos no tumor do que quando o medicamento foi injetado diretamente. Além disso, a concentração na corrente sanguínea e em outros tecidos, onde os efeitos colaterais podem ocorrer, foram significativamente menores com a nova técnica. Os cientistas então usaram um método de imagem 3D de alta resolução para demonstrar como o anticorpo terapêutico, produzido no corpo, cria poros nos vasos sanguíneos do tumor e destrói as células tumorais, e assim o destrói de dentro para fora. A equipe enfatiza que a tecnologia não é aplicável apenas na luta contra o câncer de mama. Como os tecidos saudáveis não entram mais em contato com níveis significativos do agente terapêutico, ela também é aplicável para a entrega de uma ampla gama de produtos biológicos, drogas à base de proteínas, por exemplo, que tipicamente são muito tóxicas.
(Texto extraído do artigo científico denominado “The SHREAD gene therapy platform for paracrine delivery improves tumor localization and intratumoral effects of a clinical antibody as shown by PACT”, dos autores Sheena N. Smith, Rajib Schubert, Branko Simic, Dominik Brücher, Markus Schmid, Niels Kirk, Patrick C. Freitag, Viviana Gradinaru e Andreas Plückthun, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences)
Cielo se junta ao BNDES para avançar no crédito
Líder de pagamentos eletrônicos por meio das “maquininhas” de cartão no varejo, a Cielo, controlada pelo Banco do Brasil e pelo Bradesco, agora vai explorar de forma agressiva o mercado de crédito para pequenas e médias empresas. De carona na iniciativa do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social de pulverizar e popularizar o acesso ao crédito fora dos grandes bancos, a companhia e o banco de fomento constituíram um FIDC - Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, onde foram aportados R$ 529,4 milhões, dos quais R$ 450 milhões do BNDES e R$ 79,4 milhões da Cielo. Os recursos serão oferecidos a 56 mil empresas com necessidade de capital de giro para atenuar os impactos da pandemia. O juro médio é de 3,25% ao mês e o prazo máximo do empréstimo é de 30 meses. “Essa operação marca a nossa entrada no mercado de crédito não performado para ser uma operação regular da Cielo”, afirmou o presidente da Cielo, Paulo Caffarelli.
Cielo antecipa valores para os clientes do varejo - A empresa já antecipa valores para os clientes do varejo com a garantia das vendas que passam pelas “maquininhas”. Esse crédito representa 37% do faturamento da Cielo. Em meio à concorrência acirrada das startups financeiras, a companhia afirma querer ir além no crédito e ganhar musculatura. Nas contas de Caffarelli, a operação com o BNDES pode girar cerca de 1 bilhão de reais de recursos, na medida em que os financiamentos são quitados e o dinheiro novamente é emprestado.
Cielo quer ser empresa de crédito – “O montante do FIDC nos coloca no jogo do crédito”, diz o presidente da Cielo. O fundo se extingue em 30 meses e, como a companhia não é um banco, precisa buscar outras formas de captação de recursos para emprestar. Segundo Caffarelli, a empresa vai pleitear autorização para operar como SDC - Sociedade de Crédito Direto. Com isso, poderá conceder crédito com capital próprio, sem precisar constituir fundos. Neste momento, os empréstimos dos recursos do FIDC serão realizados por meio de uma empresa parceira, já que a Cielo não tem licença para conceder empréstimos. O lucro líquido da companhia no primeiro trimestre atingiu R$ 241,3 milhões, com avanço de 44,6% em relação a igual período de 2020. Sem a venda da plataforma da Elo e da fatia na Orizon, o resultado cairia para R$ 135,8 milhões, com recuo de 18,4% em relação a igual período de 2020.
BNDES em desconcentração devido à pandemia - Bruno Laskowsky, diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito do BNDES, diz que é a primeira vez que o banco usa FDICs para irrigar a economia. A iniciativa faz parte do objetivo estratégico da instituição de desconcentrar o crédito e estimular a competição, constituindo fundos com participação de fintechs, marketplaces e adquirentes, como a Cielo, para que o dinheiro chegue mais rápido às empresas menores. Hoje, mais de 80% do crédito disponibilizado para o mercado brasileiro está concentrado em cinco bancos. “O que catalisou esse processo foi a pandemia”, diz o executivo do BNDES. Para todos os fundos que serão constituídos, o BNDES reservou cerca de 4 bilhões de reais de recursos próprios e conta com mais 1 bilhão de reais do mercado. A meta é oferecer o crédito para 500 mil a um milhão de pequenas e médias empresas brasileiras espalhadas pelo país. (Blog Televendas & Cobrança)
Agronegócio vive seu melhor momento econômico
O agronegócio brasileiro vem mostrando sua força e impedindo maiores quedas sobre a economia do país. Segundo o MAPA - Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, no mês de março, o setor bateu recorde de US$ 11,57 bilhões em exportações, o que significa crescimento de 28,6% em comparação com 2020. A forte demanda da China foi a responsável por alavancar estes números, onde adquiriu US$ 5,05 bilhões de produtos, correspondente a 39,8% do total das exportações. De acordo com as informações divulgadas pela assessoria, as previsões para 2021 são ainda mais favoráveis. Conforme estimativas da CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, o Brasil alcançará recordes na produção de grãos, com destaque para a soja e milho, com expectativa de alcançar 268,9 milhões de toneladas. Outra previsão positiva é o crescimento de 3% no PIB do agro e de 4,2% do valor bruto da produção.
Crescimento do agro e tecnologia - Para o coordenador do curso de Agronegócio do Centro Universitário Internacional Uninter, Alexandre Francisco de Andrade, algumas circunstâncias são responsáveis por este crescimento em 2021, uma delas é a forte atuação da tecnologia no campo. “A tecnologia se faz presente no setor agrícola com modernos sistemas de monitoramento meteorológico e agro meteorológico, máquinas autônomas que economizam tempo, custo de produção, análises de campo e solo, e usam Inteligência Artificial para uma agricultura de precisão”, explica o coordenador.
(Portal AGROLINK)
Marfrig comprou 24% da BRF prometendo passividade
Numa operação espetacular cuja lógica ainda será objeto de longos seminários e muitas especulações, a Marfrig informa que comprou 24,23% da BRF mas será um investidor passivo, sem sequer ter assento no conselho de administração da empresa. O movimento parece desenhado para evitar o escrutínio do CADE, que em tese só se envolveria se a Marfrig tivesse representação no conselho da BRF. A compra pode diminuir a volatilidade dos resultados da Marfrig, na medida em que o mercado de carne bovina e de frango têm correlação inversa, mas representa uma imobilização de capital gigantesca que vai alterar a forma como os investidores avaliam a companhia. A Marfrig vale R$ 12,8 bilhões; sua participação na BRF vale R$ 5,3 bilhões. A ação da Marfrig, que chegou a subir 9% quando o mercado ainda parecia apostar nos boatos de fusão, fechou em queda de 5,5%.
Abaixo do “poison pill” - A participação comprada pela Marfrig fica abaixo do ‘poison pill’ contido no estatuto da BRF, que obriga qualquer investidor que comprar 33,33% da companhia a fazer uma oferta a todos os acionistas com 40% de prêmio. Fontes próximas à Marfrig notam que a BRF é o maior cliente da Marfrig no Brasil, comprando desde carne para hambúrguer até produtos plant based. A operação de hoje coloca em evidência um empresário frequentemente subestimado e às vezes alvo de preconceito por sua personalidade simples, mas que nos últimos anos desalavancou a companhia e acertou em cheio com a compra da National Beef, que deu à Marfrig exposição ao mercado dos EUA. Marcos Molina trabalhou sem assessoria de bancos e agiu com velocidade de blitzkrieg: no final do pregão de terça-feira, a Marfrig tinha apenas 5% da BRF, com boa parte da posição comprada em ADRs, uma forma de não chamar atenção. Entre quarta-feira e sexta-feira, 21, Molina comprou o saldo, boa parte da Previ, que vendeu parte de seus 9,16% num leilão na tarde da mesma sexta-feira, 21 de maio.
Movimento heterodoxo - O movimento da Marfrig é tão heterodoxo que parece faltar uma segunda peça que dê sentido a estratégia. Uma linha razoável aqui seria especular se Molina pretende usar esse novo status para vender a Marfrig à Tyson. Os dois já têm uma relação direta: em 2018, Molina vendeu a Keystone para os americanos por US$ 2,4 bilhões. Desalavancou a empresa e viveu para reescrever a história. Mas como uma transação destas forçaria a Tyson a vender a National Beef para evitar o DOJ, talvez a segunda etapa seja ainda mais simples: a fusão completa entre BRF e Marfrig, colocando Molina na metade do caminho de seu verdadeiro sonho grande, construir uma outra JBS. (Brazil Journal - Geraldo Samor)
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