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Últimas Notícias | 14 de janeiro de 2021

Ano 14, Edição 003.


"É nos momentos mais escuros que devemos nos concentrar para enxergar a luz." (Aristóteles)



Ford anuncia fim da produção de veículos no Brasil e fechamento de fábricas

A Ford anunciou na última segunda-feira, 11, o encerramento da produção de veículos no Brasil, com o fechamento das fábricas que a montadora mantém em Camaçari, BA, Taubaté, SP e Horizonte, no Ceará, onde é fabricado o utilitário 4x4 T4, da marca Troller. De acordo com a companhia, as três linhas de produção terão as atividades encerradas durante este ano, "à medida em que a pandemia de Covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas". A Ford informa que a produção de peças vai continuar mais algum tempo, para garantir estoque de componentes de reposição, enquanto três dos quatro modelos que eram fabricados no Brasil - Ka, Ka Sedan e EcoSport - deixam imediatamente de ser produzidos na Bahia e seguirão à venda apenas enquanto durarem os estoques. Já o T4 segue em linha no Ceará até o quarto trimestre de 2021. Com isso, a operação brasileira da Ford ficará restrita à importação de modelos, como hoje acontece com o SUV Territory, trazido da China.


Modelos novos a serem lançados - A montadora confirma que manterá a oferta da picape Ranger, fabricada na Argentina, e irá lançar aqui a nova geração da picape, também com produção no país vizinho. Também irá trazer para cá a nova geração do utilitário Transit, bem como outros lançamentos, como o Bronco e o Mustang Mach 1. As operações na Argentina e no Uruguai serão mantidas, bem como permanecem em operação no Brasil o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas, em Tatuí, SP, e sua sede regional, em São Paulo. A marca, que já foi uma das quatro maiores do País em volume de vendas, já tinha fechado a unidade de São Bernardo do Campo, SP, em meados de 2019, onde produzia sua linha de caminhões e o Fiesta, descontinuados. Além da confirmação da produção da nova geração da Ranger, da chegada do Bronco, do Mustang Mach 1 e da Transit, a Ford também planeja anunciar outros modelos totalmente novos, incluindo um veículo híbrido plug-in.


O que disseram os presidentes da Ford - Segundo a empresa, a decisão faz parte da reestruturação global, que inclui o mercado sul-americano. "A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável. Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global", afirma Jim Farley, presidente e CEO da Ford. "Nosso time da América do Sul fez progressos significativos na transformação das nossas operações, incluindo a descontinuidade de produtos não lucrativos e a saída do segmento de caminhões. Esses esforços melhoraram os resultados nos últimos quatro trimestres, entretanto a continuidade do ambiente econômico desfavorável e a pressão adicional causada pela pandemia deixaram claro que era necessário muito mais para criar um futuro sustentável e lucrativo", disse Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul.


5.000 demissões no Brasil e Argentina - A Ford informa que 5.000 funcionários serão demitidos no Brasil e na Argentina. Neste momento, a fabricante não informa a quantidade de trabalhadores por unidade. "A companhia está definindo os planos de indenização e, nos casos em que se aplicar, ela será definida como parte do processo de negociação com os respectivos sindicatos", afirma nota da empresa enviada para a imprensa. Ainda de acordo com a companhia, ela irá "trabalhar imediatamente em estreita colaboração com os sindicatos e outros parceiros no desenvolvimento de um plano justo e equilibrado para minimizar os impactos do encerramento da produção".


'Descontinuidade de produtos não lucrativos' - Daqui para a frente, a Ford oferecerá apenas produtos importados "de alto valor agregado", "conectados" e "cada vez mais eletrificados", acrescenta o comunicado. A montadora justifica a decisão de não mais fabricar automóveis no Brasil como parte do plano de focar produtos lucrativos e obter uma margem corporativa EBIT de 8%, para gerar "fluxo sustentável de caixa".


Derrapadas da Ford que causaram o declínio no Brasil

A Ford está presente no Brasil desde 1919. No início dessa trajetória centenária, a empresa usava o método CKD, em que partes dos veículos vinham de fora do país e eram apenas montadas aqui. Décadas depois, passou a fabricar seus carros, com momentos de importação e exportação de alguns modelos. A partir de agora, será apenas importadora. Muito se especula sobre os reais motivos da decisão de fechar as fábricas no Brasil. A empresa informou que a ação faz parte de sua estratégia de focar nos veículos do tipo picape e SUV. Mas uma dessas especulações tem a ver com alguns erros do passado, que foram se acumulando ao longo dos anos e fazendo com que a imagem e a participação da marca estivessem em constante declínio em nosso país. Felipe Carvalho, colunista do portal da UOL, enumera seis derrapadas da marca que cooperaram para seu declínio no Brasil. Em sua coluna “Caçador de Carros”, no portal, Felipe listou alguns erros, que seguem abaixo, e que fazem sentido quando analisados os momentos de cada um deles.


Transmissão PowerShift

Até meados dos anos 2000, transmissões automáticas não eram a preferência do brasileiro. Era tida como algo que limitava o controle do motorista, o tal "prazer de dirigir", além de prejudicar desempenho e consumo por causa do conversor de torque. Mas foram ficando cada vez mais eficientes e hoje o cenário é completamente diferente. Nesse meio tempo, algumas soluções foram apresentadas, como veículos "semiautomáticos", em que as trocas de marchas continuavam sendo feitas pelo motorista, mas o acionamento da embreagem era automático, eliminando o pedal da mesma. Esse modelo de transmissão evoluiu para os "automatizados", em que até as trocas passaram a ser feitas de maneira automática. As vantagens estavam no custo menor de produção, quando comparado com as tradicionais transmissões automáticas, e na menor influência no desempenho e consumo. Porém, a dirigibilidade é comprometida, como os constantes e indesejados trancos nas mudanças de marchas.


A solução - Foi adotar uma segunda embreagem, permitindo que a marcha seguinte estivesse sempre pré-engatada. A Ford foi um dos fabricantes a adotar esse modelo, batizado de "PowerShift" por ela, e tinha tudo para ser um sucesso. As trocas eram rapidíssimas, sem trancos, e nada de conversor de torque para atrapalhar a eficiência do carro. Mas não demorou para surgirem problemas com essa transmissão em todo o mundo. Nem mesmo a extensão da garantia por parte da Ford mudou a imagem do PowerShift no mercado. Anos mais tarde, foi revelado que a Ford sabia dos problemas com a transmissão antes mesmo de lança-la no mercado, algo imperdoável. Hoje, presente apenas no mercado de usados, os Ford com câmbio PowerShift são mal vistos e sofrem com a forte desvalorização.


Transmissão automática de 4 marchas no Focus

O número de marchas de uma transmissão automática é muitas vezes decisivo na escolha do carro, mesmo que na prática possa nem ser algo tão relevante. Enquanto o padrão eram 4 marchas, ninguém reclamava que precisava de uma 5ª ou 6ª marcha. Mas, quando elas começaram a surgir, os modelos que insistiram nas transmissões de 4 marchas, passaram a ser renegados pelo público. É o caso do Focus de 2ª geração, que foi lançado em um momento que quase todos os concorrentes já utilizavam transmissões de cinco ou seis marchas, e até do tipo CVT. O Toyota Corolla foi outro que insistiu nas quatro marchas por um bom tempo, mas nem isso atrapalhou as vendas desse fenômeno japonês. Hoje, no mercado de usados, Focus hatch e sedã da 2ª geração só são bem vistos quando equipados com transmissão manual. Os automáticos têm fama de terem alto consumo de combustível e desempenho bem abaixo da versão manual. O cenário poderia ter sido outro, caso a Ford tivesse equipado o modelo com a transmissão do Fusion, que tinha cinco marchas nos primeiros anos com motor 2.3, e depois passou a ter seis marchas no motor 2.5.


Demora em adotar os motores flexíveis

O mercado, sempre soberano, decidiu que essa era a melhor escolha, em meados dos anos 2000. Pouco tempo depois dos primeiros modelos apresentados com essa tecnologia, quem quisesse ter sucesso comercial, teria que oferecer algo onde o motorista pudesse escolher entre abastecer com álcool ou com gasolina. A Ford foi a última das marcas mais participativas do Brasil a adotar motores flex. O trabalho foi bem feito nos modelos apresentados, mas o estrago nas vendas já estava feito e não poderia ser recuperado.


Fase Autolatina

Nessa longa trajetória de Brasil, alguns anos da Ford ficaram marcados pela parceria com a Volkswagen. Os dois fabricantes fizeram parte do grupo chamado Autolatina, e dessa fase nasceram carros interessantes, mas que não foram suficientes para manter a harmonia em empresas culturalmente tão diferentes. Dizem que a Ford foi a mais prejudicada nessa fase, algo que não é difícil acreditar, basta ver o rumo que cada uma seguiu depois da dissolução do grupo. Curioso que, no mercado de carros antigos e clássicos, os Ford dessa época, quando equipados com mecânica VW, são muito bem vistos e desejados. Assim que a Ford voltou a andar com as próprias pernas no Brasil, demorou um bom tempo para se reestruturar, algo que só veio com a inauguração da fábrica de Camaçari, na Bahia.


Substituição do Ford Galaxie pelo Del Rey

A missão de conseguir um substituto do lendário Galaxie era algo muito difícil. Baseado no Corcel II, o Del Rey entregava bom acabamento, quesito que a Ford era referência nessa época, mas deixava a desejar no desempenho e espaço interno. Nunca foi páreo para seus principais concorrentes, Chevrolet Monza e Volkswagen Santana. O melhor do Del Rey só veio no fim de sua vida, com a adoção do motor 1.8 da VW. Mas era muito pouco. A história poderia ter sido outra caso a Ford do Brasil optasse pelo Sierra, como fez na Argentina. Modelo consagrado nos países em que foi comercializado, com tração traseira e motor bem mais forte, o Sierra é um Ford que lamentavelmente nunca tivemos por aqui.


Motor CHT

Quando a Ford decidiu fabricar o Escort no Brasil, precisava de um motor à altura da modernidade do projeto. Escolheu aperfeiçoar o motor Sierra. Nada a ver com o carro Sierra, citado acima, que equipava o Corcel. O resultado final, conhecido como CHT, foi bom, mas longe de ter sido a melhor solução. Na Europa, o Escort era equipado com o motor CVH, bem mais moderno, com comando de válvulas no cabeçote. Já o nosso conhecido CHT usava o antiquado sistema de comando de válvulas no bloco, algo que limita rotações e, consequentemente, desempenho. Na versão XR3, com visual esportivo, o motor CHT se tornou uma piada. Hoje o Escort é um clássico que, assim como o Del Rey, melhorou bastante quando passou a ser equipado com os motores VW. Mas sua trajetória poderia ter sido outra se a Ford tivesse escolhido o motor certo para ele. (Portal UOL de notícias)


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