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Últimas Notícias | 10 de fevereiro de 2022

Ano 15, Edição 008.


"Leis são como teias de aranha:

boas para capturar mosquitos, mas os insetos maiores rompem sua trama e escapam." (Jonathan Swift, escritor anglo-irlandês conhecido pela sua obra "As Viagens de Gulliver" - 1667 - 1745)



Cor certa de roupa evita picadas de pernilongos e mosquitos

Biólogos da Universidade de Washington, nos EUA, descobriram um fato de grande utilidade na saúde pública envolvendo o famoso Aedes aegypti, o pernilongo transmissor da dengue, zika, febre amarela e chikungunya. Depois de detectar os gases exalados pelo ser humano, o pernilongo voa preferencialmente em direção a cores específicas, incluindo vermelho, laranja, preto e ciano. Por outro lado, os mosquitos ignoram outras cores, como verde, roxo, azul e branco, mesmo na presença dos gases que eles usam para encontrar suas presas. Os pesquisadores acreditam que essas descobertas melhoram a explicação de como os mosquitos encontram suas presas, já que a pele humana, independentemente da pigmentação geral, emite um forte sinal vermelho-alaranjado quando visto pelos olhos do inseto. "Os mosquitos parecem usar odores para ajudá-los a distinguir o que está próximo, como um hospedeiro para picar," explica o professor Jeffrey Riffell. "Quando eles cheiram compostos específicos, como o CO2 da nossa respiração, esse cheiro estimula os olhos a procurar cores específicas e outros padrões visuais, que estão associados a um hospedeiro em potencial, e se dirigem a eles." Saber quais cores atraem mosquitos famintos e quais não pode ajudar a projetar melhores repelentes, armadilhas e outros métodos para manter os mosquitos afastados - incluindo que roupa usar.


Cores que atraem e cores que repelem - Em seus experimentos, a equipe rastreou o comportamento de fêmeas de Aedes aegypti enquanto elas eram apresentadas a diferentes tipos de pistas visuais e olfativas - como todas as espécies de mosquitos, apenas as fêmeas bebem sangue. Os pesquisadores rastrearam individualmente os pernilongos fêmeas em câmaras de teste em miniatura, nas quais pulverizaram odores específicos e apresentaram diferentes tipos de padrões visuais, como um ponto colorido ou uma mão humana. Sem qualquer estímulo de odor, os mosquitos ignoraram em grande parte um ponto no fundo da câmara, independentemente da cor. Depois de uma borrifada de CO2 na câmara, os mosquitos continuaram a ignorar o ponto se ele fosse verde, azul ou roxo. Mas, se o ponto fosse vermelho, laranja, preto ou ciano, os mosquitos voavam diretamente para ele.


Seguindo os cheiros - Humanos não conseguem sentir o cheiro do CO2, que é o gás que nós e outros animais exalamos a cada respiração, mas os mosquitos sim. Pesquisas anteriores já mostraram que cheirar CO2 aumenta o nível de atividade das fêmeas de pernilongos, procurando no espaço ao redor delas, presumivelmente por uma vítima. Os experimentos feitos agora com pontos coloridos revelaram que, depois de cheirar o CO2, os olhos desses mosquitos preferem certos comprimentos de onda no espectro visual. O que não é de se estranhar, uma vez que algo semelhante pode acontecer quando os humanos cheiram algo bom ou algo ruim. "Imagine que você está na calçada e sente o cheiro de massa de torta e canela," exemplificou Riffell. "Isso é provavelmente um sinal de que há uma padaria por perto, e você pode começar a procurar por ela. Aqui, começamos a aprender quais elementos visuais os mosquitos procuram depois de cheirar sua própria versão de uma padaria."


(Texto extraído do artigo científico entitulado “The olfactory gating of visual preferences to human skin and visible spectra in mosquitoes”, dos autores Diego Alonso San Alberto, Claire Rusch, Yinpeng Zhan, Andrew D. Straw, Craig Montell, e Jeffrey A. Riffell, publicado na revista Nature Communications)



Especializada em comprar e dar musculatura a companhias, e vendê-las quando começam a ter nova perspectiva de crescimento, a empresa de investimentos Clash voltou às compras. Em sua 14ª aquisição em sete anos, adquiriu a empresa de crédito e cobrança Intervalor, por quantia não revelada. A vendedora foi a empresa alemã Arvato Financial Solutions, que pertence ao grupo Bertelsmann. Com mais de 5 bilhões de reais investidos, a Clash quer avançar no uso de inteligência artificial e automação também em sua mais nova aquisição. Como mais de 90% das cobranças a inadimplentes é hoje feita por pessoas, a ideia é tornar o processo mais tecnológico e ganhar escala e eficiência. “Muitas vezes, o inadimplente quer zerar sua dívida e tem direito a descontos e parcelamentos, mas não tem essa informação porque nem sempre a conversa acontece de maneira cortês com o atendente”, diz Roberto Pereira, presidente da Intervalor. Segundo ele, com o uso de inteligência artificial, o sistema consegue entender qual o melhor jeito de cobrar - se por SMS, email, WhatsApp ou telefone - e a melhor proposta de parcelamentos, descontos, etc, de acordo como o perfil do cliente.


A inteligência da Clash - A ideia é fazer com que metade dos atendimentos seja feita via tecnologia, até o fim do ano, e chegar a 70% até 2023. Para isso, a Clash conta com uma grande base de dados, formada desde 2015 por outras empresas do grupo. São essas informações que ajudam a entender o comportamento de consumidor: onde mora, perfil de compra e pagamentos, entre outras informações. A Clash nasceu a partir de uma experiência bem-sucedida de “humanizar” o atendimento eletrônico dos call centers. Com grandes clientes e aporte de fundos como Permira, Technology Crossover Ventures e CPP! - Canada Pension Plan Investment, o grupo Clash tem como maior empresa a Mutant, especializada em experiência do consumidor e desempenho de negócios. O gorila gigante que enfeita a fachada da empresa na Marginal Pinheiros, pouco antes do clube Hebraica, dá indícios de que ali não há uma companhia tradicional de tecnologia. O presidente executivo da Clash, Alexandre Bichir, é filho de publicitário, estudou Publicidade e foi executivo de contas de um site, antes da bolha da internet estourar. Tem experiências ricas e variadas de empreendedorismo, entre elas ter morado no Alasca por um ano. “Quem mora lá sobrevive a tudo, foi o lugar em que desenvolvi uma couraça”, diz.


Branding e comunicação - Foi o gosto pelo branding e pela comunicação que levou Alexandre a ser bem-sucedido em seu primeiro negócio, quando colocou profissionais de Humanas para tornar as conversas eletrônicas mais próximas às pessoas. Hoje, parte do aprendizado das máquinas é feito por estudantes de ensino médio de comunidades carentes, que as ensinam a entender a linguagem da moçada e de quem tem menos ensino formal. O faturamento de cerca de R$ 600 milhões da Clash este ano será 30% menor do que o do ano passado, após a venda da desenvolvedora de softwares Dextra para a CI&T, por 900 milhões de reais. Essa aquisição ajudou a companhia de tecnologia de Campinas a estrear na Bolsa de Nova York, em novembro, quando foi avaliada em 2 bilhões de reais. “A gente gosta do processo de transformar a empresa”, diz Bichir. “Quando ela fica muito grande e começa a fazer planos de ir para o IPO, saímos.”


A Intervalor - Com a compra da Intervalor, a ideia é recuperar a receita em pouco tempo. Com 1,5 mil funcionários e 90 milhões de reais de faturamento no ano passado, a companhia deve alcançar 200 milhões de reais este ano. Para chegar lá, a Intervalor passará a atender os clientes do grupo também nessa área, além de fazer a transformação digital e de gestão, para o que serão destinados 50 milhões de reais de investimento ao longo do ano. A intenção é estender o atendimento a empresas menores, que hoje não contam com serviços de cobrança. Também passará a intermediar oferta de crédito. (Blog Televendas & Cobrança)


Tensão Rússia/Ucrânia pode impactar agro no Brasil

Há algumas semanas, a Rússia e a Ucrânia ocupam a atenção do mundo. Além do conflito geopolítico, com risco de resoluções desastrosas para a diplomacia global, o mercado também especula sobre os desdobramentos do impasse dado a importância dos players globais no fornecimento de grãos e fertilizantes. Enquanto a Rússia ocupa a liderança mundial na exportação de trigo, a Ucrânia posiciona-se em quarto lugar. Já em termos de exportações globais de milho, os ucranianos ocupam a terceira posição, deixando o sexto lugar para os russos. No caso dos fertilizantes, a Rússia é um grande fornecedor global de adubos. Em relação aos potássicos, o país é responsável por cerca de 20% da produção global e é origem de 28% das importações de K. Já para os nitrogenados, o país é o segundo maior produtor global, correspondendo a 9% da produção mundial. Como fornecedor para o Brasil, a Rússia participa de 21% dos nitrogenados e, no caso específico do nitrato de amônio, o país euroasiático é praticamente o único fornecedor ao Brasil. Diante desse cenário, o imbróglio geopolítico entre a Rússia e Ucrânia, que escalou tensões e incertezas na região do Mar Negro, traz riscos eminentes para a cadeia de suprimentos globais, com destaque, a curto prazo, para grãos e fertilizantes.


Sanções e um possível impacto na oferta de trigo - O encaminhamento da resolução entre os países membros da OTAN e o Kremlin continua turvo. Com exceção dos EUA, que mandam tropas e suprimentos, a posição de alguns países que compõem a União Europeia concentra-se em evitar tensões militares e limita-se a ameaças por meio de sanções comerciais. Caso a situação agrave, há risco de redução da oferta do trigo global. No cenário de invasão ao território ucraniano pelo Leste e pela Crimeia, há uma preocupação com possíveis combates bélicos, visto que a área concentra cerca de 49% das lavouras de trigo do país, podendo impactar da produção dos trigais que estão atualmente na região. Por outro lado, em um cenário de sanções econômicas à Rússia, a fim de blindar conflitos militares, as exportações de commodities poderiam ser restringidas e, entre elas, as vendas internacionais de trigo. Vale destacar que os embarques do cereal russo representam 19% das vendas globais de trigo. E caso haja problemas climáticos na safra americana, o balanço global da commodity poderá ficar ainda mais apertado sem a região do Mar Negro como origem de compras.


Insegurança comercial - E mesmo que nenhuma dessas possibilidades se concretize, a postergação de uma resolução diplomática entre os países pode gerar clima de insegurança comercial e jurídica nas negociações entre compradores e os dois países, gerando atrasos nas compras e embarques de trigo na região.


Cotações já têm sido influenciadas - Nesse quadro de possível aperto global do balanço de trigo, pode haver uma “corrida” pelos compradores para aumento dos estoques, visando reduzir os riscos de reposição da commodity. Além disso, na última semana de janeiro, o trigo em Chicago foi cotado acima de USD 8,0/bu, - patamares não vistos desde 2012, em que o quadro de trigo era apertado do que as últimas safras. Caso a Rússia e a Ucrânia saiam da mesa de negociações do cereal, o balanço global ficaria similar à safra 13/14. Neste quadro de incertezas quanto à oferta, a parte compradora tem aumentado a volatidade adicional aos preços internacionais, visto que, caso haja qualquer interrupção do fluxo de commodities no Mar Negro, serão bloqueados cerca de 30% (Ucrânia + Rússia) das exportações globais do cereal.


Impactos para o Brasil - Como o Brasil é um país importador líquido de trigo, em função da oferta interna ser menor do que a demanda, os preços internacionais influenciam diretamente o custo de aquisição da matéria-prima pela indústria. Esse cenário de preços globais aquecidos, combinados com o câmbio depreciado, desafiam as margens da indústria, visto que os preços da farinha não conseguem acompanhar o ritmo das cotações do trigo – que têm ganhado força nos últimos meses. Enquanto a cotação do trigo em Jan/22 subiu 84,6% frente a Jan/21, o preço da farinha de trigo no Paraná, no mesmo mês, foi corrigido menos, em 59%. E se os preços continuarem subindo, estímulos adicionais poderão ocorrer para as vendas externas do trigo doméstico e enxugar ainda mais o balanço interno, o que faria com que as cotações domésticas ganhassem mais força. Dessa forma, para os moinhos o cenário é desafiador. De um lado, o adiamento das compras poderá levar a aquisição de trigo em valores mais elevados, enquanto de outro, se comprar nesse momento e houver uma resolução rápida da tensões poderá ter adquirido matéria-prima a preços altos em um cenário limitante de repasse ao consumidor, o que afetaria a sua competitividade.


Reflexos - Parte da indústria de processadora de trigo aproveitou a oferta no momento da colheita da região Sul e conseguiu armazenar estoques para os primeiros meses do ano, garantindo produto a preços inferiores aos praticados atualmente, mas ainda em patamares elevados. O desafio será o repasse de custos aos varejistas e consumidores, visto que mesmo que os preços recuem, no curto prazo as cotações do cereal tendem a não arrefecer aos patamares pré-pandemia.(Portal AGROLINK reproduzindo análise do Radar Agro - Itaú BBA)



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