Ano 14, Edição 041.
“A perseverança é a mãe da boa sorte.” (Miguel de Cervantes)
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Como ficar de bem com a vida? Veja o que funciona
Pesquisadores australianos realizaram a maior meta-análise de estudos de bem-estar em todo o mundo para responder à pergunta: Qual é a melhor maneira de construir o bem-estar pessoal? A análise incluiu mais de 400 ensaios clínicos envolvendo mais de 50.000 participantes. Os pesquisadores dividiram as pessoas em três grupos principais: Aquelas com boa saúde em geral, aquelas com doenças físicas e aquelas com problemas de saúde mental, como depressão ou ansiedade. Eles descobriram que é possível construir o bem-estar de todos os indivíduos - mas não existe uma solução única para todos. "Durante períodos estressantes e incertos em nossas vidas, trabalhar proativamente em nossa saúde mental é crucial para ajudar a mitigar o risco de doenças mentais e físicas. Nossa pesquisa sugere que existem inúmeras abordagens psicológicas que as pessoas devem experimentar para determinar o que funciona para elas," disse o professor Joep van Agteren, da Universidade Flinders, de Adelaide, Austrália.
A ciência do bem-estar - Os pesquisadores constataram que a ciência do bem-estar, conforme documentada nos ensaios clínicos analisados, dá embasamento às seguintes práticas: Praticar a atenção plena, usando técnicas como meditação e respiração consciente, mostrou-se eficaz para aumentar o bem-estar nos três grupos. Intervenções da Psicologia Positiva, incluindo trabalhar no que a pessoa sente como seu propósito de vida, realizar pequenos atos de gentileza e manter um diário de gratidão mostraram-se eficazes, mas apenas quando feitas em combinação - fazer só uma dessas coisas não teve o efeito esperado. A Terapia Cognitivo-Comportamental provou ser benéfica para um significativo número de pacientes com condições mentais, enquanto a Terapia de Aceitação e Compromisso foi mais útil para aqueles com boa saúde em geral.
Sem perseverança, pouco acontece – Os cientistas descobriram, contudo, que qualquer que seja abordagem escolhida, a pessoa precisa ter perseverança para alcançar o resultado desejado de aumento do bem-estar geral. "Apenas tentar algo uma ou duas vezes não é suficiente para ter um impacto mensurável. Independentemente do método que as pessoas estão experimentando, elas precisam persistir por semanas e meses para que tenha um efeito real," alertou o pesquisador Matthew Iasiello.
(Texto extraído do artigo científico denominado “A systematic review and meta-analysis of psychological interventions to improve mental wellbeing”, dos autores Joep van Agteren, Matthew Iasiello, Laura Lo, Jonathan Bartholomaeus, Zoe Kopsaftis, Marissa Carey, e Michael Kyrios, publicado na revista Nature Human Behaviour)
Could the controversial drug ivermectin save lives?
The antiparasitic drug ivermectin holds promise as a COVID-19 treatment, according to a new study published in the American Journal of Therapeutics. The study authors conclude that ivermectin could reduce the risk of COVID-19-related death with moderate-certainty evidence. “Using ivermectin early in the clinical course may reduce numbers progressing to severe disease,” they conclude, adding that the drug is “likely to have a significant impact on the SARS-CoV-2 pandemic globally.” The meta-analysis analyzed databases up to April 2021, drawing from 24 randomized controlled trials with 3,406 patients. Another study published in Lancet found a concentration-dependent antiviral activity of oral high-dose ivermectin in a trial involving 45 patients.
Skepticism - Many experts, however, have voiced skepticism regarding the use of ivermectin as a COVID-19 treatment. In May, Health Feedback concluded that ivermectin did not slow the infection rate in countries with high COVID-19 caseloads. A randomized study published in JAMA concluded that ivermectin did not appear to be an efficacious COVID-19 treatment for mild COVID-19, but critics pointed to methodological flaws in that study. FDA has warned consumers of using the drug to treat or prevent COVID-19, as the agency has not authorized the use of the drug as a treatment for the novel coronavirus, and large doses of the drug can cause serious side effects. WHO and NIH have come to similar conclusions regarding the use of ivermectin as a COVID-19 treatment. In March, WHO concluded that ivermectin should only be used as a COVID-19 treatment in clinical trials. In February, ivermectin manufacturer Merck concluded there was no solid scientific basis for using ivermectin as a COVID-19 treatment. (Pharmaceutical Processing World newsletter - Brian Buntz)
Turismo internacional pode perder mais de 4 trilhões de dólares por causa da covid
A queda do turismo internacional causada pela pandemia de covid-19 acarretou em perdas de mais de US$ 4 trilhões no PIB global de 2020 e 2021. Somente no ano passado, os prejuízos no turismo e nas áreas relacionadas chegaram a aproximadamente US$ 2,4 trilhões. Além disso, o setor não deve se recuperar antes de 2023. Os dados são de estudo da UNCTAD - Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, publicado ontem, 30 de junho. O relatório aponta que, em 2020, o turismo internacional registrou queda de 73% em relação aos níveis pré-pandêmicos de 2019.
Retrocesso de 30 anos - Isso significa que o setor retrocedeu 30 anos e voltou aos níveis registrados nos anos 80. Segundo o estudo, os impactos diretos e indiretos da pandemia e seus efeitos contínuos podem causar algo semelhante em 2021. Somente no 1º trimestre, a OMT - Organização Mundial de Turismo da ONU estimou queda de 84% na chegada de turistas internacionais. O estudo também aponta que a queda no percentual, de um modo geral, deve ser entre 63% e 75%, resultando em uma perda que vai de 1,7 a 2,4 trilhões de dólares.
Recuperação com vacinação - “As perspectivas para este ano não parecem muito melhores. Há uma expectativa de certa recuperação no 2º semestre do ano pelo menos para a América do Norte e até certo ponto para a Europa“, disse o representante da UNCTAD, Ralf Peters, em coletiva. De acordo com o relatório, grande parte da recuperação depende da vacinação contra a doença. “O mundo precisa de um esforço global de vacinação que proteja os trabalhadores, alivie os efeitos sociais adversos e tome decisões estratégicas em relação ao turismo, levando em consideração as possíveis mudanças estruturais”, afirmou a secretária-geral da UNCTAD, Isabelle Durant. Países como a França, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos e Suíça, devem se recuperar mais rapidamente por terem uma maior taxa de vacinação. O conjunto de países com taxa menor de vacinação podem ser responsáveis pela maior perda do PIB global. As regiões do Nordeste Asiático, Sudeste Asiático, Oceania, Norte da África e Sul da Ásia são as mais afetadas. (Portal Poder 360)
O Vale do Silício Caipira
O Brasil tem cada vez mais startups voltadas ao agronegócio, as "agtechs". Muitas se concentram em um só lugar, apelidado de Vale do Silício Caipira, em uma comparação direta com a região que vai de Los Angeles a São Francisco, na Califórnia, que reúne as principais empresas de tecnologia do mundo. Segundo dados do Radar Agtech 2020/2021, produzido pela EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, o Brasil possui 1.574 agtechs. O número é 40% maior do que o mapeado na última edição da pesquisa, em 2019. O estudo aponta que São Paulo, com 345, e Piracicaba, com 60, são as primeiras colocadas no ranking entre as cidades com mais agtechs no país.
A ESALQ e o vale - Mas como Piracicaba, cidade do interior paulista, localizada a 160 quilômetros da capital, se transformou na "Vale do Silício caipira"? O espírito empreendedor da região é uma das respostas. O patrono é o agrônomo Luiz de Queiroz, que inaugurou uma fábrica têxtil na cidade em 1874. Em 1889, doou uma fazenda ao governo do estado, com a condição de que se construísse uma escola agrícola no local. Em 1901, nascia a Escola Agrícola Prática de Piracicaba, hoje conhecida como ESALQ - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, mais tarde anexada à Universidade de São Paulo. Cento e vinte anos depois, quase 200 empresas e instituições fazem parte do ecossistema de inovação da cidade, entre elas companhias como Bayer, Raízen e Suzano.
Criação de empresas pela via acadêmica - Em 1994, a ESALQ criou uma incubadora de empresas que, em 2006, ganhou forma e se tornou a EsalqTec e hoje dá suporte para a criação de startups, micro e pequenas empresas de inovação. O objetivo é aliar alunos e empreendedores ao "campo de provas" da escola: a fazenda Areão, que possui 1,3 milhão de metros quadrados de extensão, tamanho equivalente a 180 campos de futebol. "No Brasil, muitos ambientes de inovação encaram o risco financeiro das ideias. Aqui, encaramos o risco tecnológico delas. Nossa grande pergunta é: isso vai funcionar?", diz Sergio Marcus Barbosa, gerente executivo da EsalqTec. A incubadora possui, atualmente, 117 empresas associadas, sete delas residentes. A Agromakers é uma delas. A startup interpreta a necessidade de quanto e em qual momento as plantas precisam ser molhadas. Com isso, o sistema de irrigação pode se tornar autônomo, ou comandado por um aplicativo. Uma das promessas é reduzir o consumo de energia em até 40%. "A agricultura atravessa um processo muito forte de digitalização. O Brasil possui, hoje, o maior movimento agtech do mundo. A geração de conhecimento é feita por pessoas, sejam pesquisadores ou empreendedores, em um ambiente saudável", declara Sergio.
Uma casa para todos: o Parque Tecnológico de Piracicaba - A criação do APLA - Arranjo Produtivo Local do Álcool da Região de Piracicaba, em 2005, também foi importante para tornar a região um polo inovador. O arranjo foi feito a partir da união de poder público e instituições privadas. O APLA foi o alicerce para o nascimento de outra joia da cidade: o Parque Tecnológico de Piracicaba "Emilio Bruno Germek", fundado em 2012, com uma área de total de 2,27 milhões de metros quadrados, que incluem a Fazenda Areão. No PTP - Parque Tecnológico de Piracicaba estão sediadas unidades da FATEC - Faculdade de Tecnologia de São Paulo, o IFSP - Instituto Federal de São Paulo, sete hubs de inovação e o centro administrativo da Raízen. "A ideia de fortalecer o ecossistema com o parque aconteceu em 2007. Depois de visitas a locais semelhantes nos Estados Unidos e na Europa, decidimos desenvolver um espaço onde as empresas iriam se integrar de forma orgânica. Deu certo", diz Flavio Castellari, diretor-executivo do PTP. Segundo Flavio, antes da pandemia, quase 5.000 pessoas circulavam diariamente no local. "A grande vantagem é a concentração de pessoas com os mesmos objetivos. A empresa que decide vir para cá mostra que quer fincar raiz no agronegócio.", declara Castellari.
O selo AgTech Valley - Mesmo com todas as iniciativas, o ecossistema percebia que faltava algo para identificar produtos, tecnologias e empresas nascidas na região. Assim, em julho de 2016 foi criado o selo "AgTechValley", de domínio público, para todos os interessados em associar a marca ao seu negócio. "A tecnologia, a inovação e a geração de conhecimento sempre estiveram presentes na história de Piracicaba. Faltava uma marca que gerasse uma identificação da sociedade local com esse ecossistema tecnológico", afirma Sergio, da EsalqTec. "O desafio é comunicar essa ideia de Piracicaba como sistema de inovação bem consolidado, mostrando a sinergia entre academia, Governo e empresas privadas", declara Pedro Chamochumbi, assessor especial de projetos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de Piracicaba. O cargo de Chamochumbi, inclusive, foi criado este ano, para apoiar empreendedores de qualquer estágio e criar uma governança do setor para o município, além de realizar pesquisas e estudos. "A região se desenvolve por conta da força dos empreendedores. Sem a força de todo o ecossistema, não teríamos essa densidade de inovação", afirma Pedro.
Startups de diferentes setores - "O sistema local de inovação é muito bem estruturado. Possui escolas técnicas, aceleradoras, mecanismos de fomento, incubadora e hubs", diz Pedro. AgTech Garage, AnimalsHub, Avance Hub, Gazebo e Pulse são alguns destes integradores. O AgTech Garage, por exemplo, possui cerca de 800 startups conectadas em sua comunidade virtual, com 67 delas atuando em sua sede. Fundado em 2016, a partir de um coworking, o Agtech Garage é especializado em agronegócio, mas também trabalha com outros dez setores econômicos. Atualmente, possui parcerias com mais de 50 empresas. Um de seus programas realiza desafios para selecionar soluções tecnológicas que poderão ser contratadas por multinacionais. Neste formato, já uniu startups com empresas como Danone, Nestlé Purina, Suzano e TIM. "A parceria com o AgTech Garage é exemplo de como o ecossistema só funciona com a colaboração. Eles nos ajudam em toda a jornada, até mesmo para capacitar nossa rede de parceiros. Precisamos, por exemplo, empoderar pequenos agricultores com dados, para que possamos contribuir de fato com o mercado", diz André Fukugauti, gerente de projetos em Inovação Aberta, da divisão agrícola da Bayer, uma das empresas patrocinadoras do hub.
Raiz e energia sucroalcooleira - Piracicaba também é conhecida historicamente pela sua grande vocação para o plantio de cana de açúcar. Tanto que a principal estrada da região chama-se Rodovia do Açúcar. Atualmente, segundo dados da UNICA - União da Indústria de Cana-de-Açúcar, a cidade é o 7º maior polo de cana no estado de São Paulo. A Raízen escolheu a cidade para abrigar grande parte de suas operações. O centro administrativo da companhia fica dentro do Parque Tecnológico. Lá, atuam mais de 3 mil colaboradores da empresa, de áreas como analytics, tecnologia da informação e produtos digitais. Além disso, o PTP abriga o escritório do Pulse, hub de inovação da empresa, aberto há 4 anos. A integradora de inovação, que possui patrocínio de empresas como Mitsubishi e CNH Industrial tem cerca de 500 startups em sua base, 38 startups associadas e já executou mais de 70 projetos, com 25 contratos assinados.
Hackattons - O Pulse também realizou três "hackatons", espécie de reunião de pessoas e empresas para solução de problemas específicos. No ano passado, um desses resultou num projeto-piloto com a Sicombus, startup que faz gestão online de combustível, onde foi possível testar uma nova tecnologia para gestão de frotas veiculares. (Portal UOL Economia)
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