Cientistas brasileiros desenvolvem o acelerômetro da covid-19. Essa e outras notícias? Leia em nosso boletim!
"O gênio se descobre na fortuna adversa; na prosperidade se oculta." (Homero, poeta da Grácia antiga)
Cientistas brasileiros desenvolvem o acelerômetro da covid-19
Pesquisadores da UNESP - Universidade Estadual Paulista desenvolveram um aplicativo que funciona como um "acelerômetro da covid-19", ou seja, monitora em tempo real a tendência de aceleração ou desaceleração do crescimento da doença em mais de 200 países e territórios. A ferramenta carrega os dados de casos notificados disponíveis na base do ECDC - Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, com atualizações diárias, e aplica técnicas de modelagem matemática para diagnosticar o estágio atual da epidemia em um determinado local. "Além de democratizar o acesso à informação, para que todos possam entender o que exatamente está acontecendo em sua cidade, estado ou país, o aplicativo possibilita aos gestores públicos avaliar se uma determinada medida adotada para conter o contágio do novo coronavírus está ou não surtindo efeito," afirmou o professor Yuri Tani Utsunomiya.
Evolução de uma epidemia - Para explicar como evolui uma epidemia, Utsunomiya faz uma analogia com um automóvel. Na fase inicial, a doença avança de forma lenta e o número de casos diários aumenta pouco, assim como um carro andando sob o efeito da embreagem. A velocidade de crescimento é chamada de incidência e é medida de acordo com o número de novos casos por dia. Já a prevalência corresponde ao número de casos acumulados ao longo do tempo, que seria o equivalente à distância percorrida pelo automóvel imaginário. "Quando o pedal de aceleração é pressionado, o número de casos começa a crescer rapidamente, assim como um carro acelerado adquirindo velocidade. Nesta segunda fase da epidemia ocorre o crescimento exponencial do número de casos. O que todos os países buscam é cessar essa aceleração e iniciar a frenagem da doença e, vale dizer, são duas operações distintas. A primeira consiste em tirar o pé do pedal de aceleração, para que esta caia a zero. Quando isso ocorre, o pico de incidência é atingido. A segunda operação envolve exercer uma aceleração negativa sobre a doença, ou seja, pisar no freio, para que sua velocidade de crescimento diminua até zero. Sem velocidade, o automóvel para. E é isso que queremos, que a covid-19 pare de ser disseminada," explica.
O acelerador em tempo real - De forma análoga, o acelerômetro da covid-19 permite ver em tempo real se um determinado país está com o pé no acelerador ou no freio, com algum grau de imprecisão nos locais em que há muita subnotificação de casos. Porém, a transição entre os quatro estágios de crescimento da epidemia - lento, exponencial, desaceleração, e estacionário, pode ocorrer de forma alternada. Ou seja, mesmo após entrar em desaceleração ou até em crescimento estacionário, a doença pode voltar para a fase exponencial caso medidas de controle sejam abandonadas. Daí a importância de ferramentas que ajudam no monitoramento constante. "O que notamos com a análise de mais de 200 países e territórios é que medidas de controle eficazes produzem um efeito rápido na curva de aceleração, muito antes da queda efetiva no número de casos diários. Esse comportamento da curva possui alta relevância para a avaliação das políticas públicas de controle," finalizou. O acelerômetro da covid-19 pode ser acessado no endereço https://theguarani.com.br.
(Texto extraído do artigo entitulado ”Growth Rate and Acceleration Analysis of the COVID-19 Pandemic Reveals the Effect of Public Health Measures in Real Time”, dos autores Yuri Tani Utsunomiya, Adam Taiti Harth Utsunomiya, Rafaela Beatriz Pintor Torrecilha, Silvana de Cássia Paulan, Marco Milanesi e José Fernando Garcia, publicado na revista Frontiers in Medicine)
Pandemia abre espaço para fusões e aquisições
O novo coronavírus derrubou novamente os números mensais de fusões e aquisições, desta vez em abril, frustrando a expectativa da consultoria e auditoria PwC Brasil de que a retomada da economia faria com que a quantidade de operações ultrapassasse a marca histórica de 1 mil transações em 2020. A expectativa agora é fechar em um patamar menor, mas ainda acima do visto entre 2016 e 2018, com muitas empresas e investidores bem capitalizados olhando o mercado em busca de ativos e companhias duramente afetados pela pandemia. A consultoria PwC vê possibilidades em segmentos como hotéis, bares e restaurantes, e o setor de saúde, que também deve ter movimentações. (Jornal Valor Econômico)
A empresa de meios de pagamento Stone anunciou na semana passada em sua divulgação de resultados a aquisição da startup de saúde Vitta. Com 160 funcionários e sede em São Paulo, a Vitta faz gestão de planos de saúde corporativos, além de oferecer planos próprios em parceria com seguradoras com foco no público empreendedor. (Jornal Valor Econômico)
CNA diz que Agro se descolou da crise
O resultado divulgado pelo IBGE na sexta-feira, 29 de maio, mostrou que o bom desempenho na produção de soja e arroz puxaram o crescimento de 1,9% da agropecuária no primeiro trimestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019, segundo a CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Ainda de acordo com os dados divulgados, o setor foi o único com desempenho positivo nos primeiros 3 meses deste ano, ao contrário da economia brasileira, que caiu 0,3% no primeiro trimestre frente ao mesmo período de 2019, reflexo dos impactos da pandemia do coronavírus. Na comparação com o trimestre anterior - 4º trimestre de 2019, o agro também apresentou expansão, de 0,6%. “Momentaneamente, o setor se descolou da crise, mas não vai passar incólume e deve sofrer impactos da pandemia”, explica o coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon. Para o segundo trimestre, disse o coordenador, espera-se também um bom resultado para o agro. Com o atraso da colheita de milho em algumas regiões do País, espera-se que parte da estimativa de produção seja refletida no resultado do próximo trimestre. Conchon traçou também boas perspectivas para a produção de cana e café. (Portal AGROLINK, com informações da CNA - Aline Merladete)
China pede que estatais suspendam compras de produtos agrícolas dos EUA
A China pediu às suas principais empresas estatais que suspendam compras de soja e carne suína dos Estados Unidos, disseram duas fontes com conhecimento do assunto, após o governo norte-americano ter afirmado que iria eliminar o tratamento especial dos EUA a Hong Kong como forma de punição a Pequim. Grandes volumes em aquisições estatais de milho e algodão dos EUA também foram colocadas em suspenso, disse uma das fontes. A China poderia expandir a ordem para incluir outros produtos agrícolas dos Estados Unidos caso Washington tome medidas adicionais, disseram as fontes, que concluíram: “Agora vamos acompanhar e ver o que os EUA farão a seguir”.
A eliminação do tratamento especial dos Estados Unidos a Hong Kong - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira, 29 de maio, que havia direcionado sua administração a começar um processo para eliminação do tratamento especial concedido a Hong Kong, que vai de um tratado de extradição a controles de exportação. Isso seria uma resposta a planos da China de impor uma nova legislação de segurança no território.
China se ressente - Importadores chineses cancelaram de 10 mil a 20 mil toneladas de embarques de carne suína dos EUA— o equivalente a quase uma semana em pedidos nos últimos meses— após os comentários de Trump na sexta-feira, segundo uma das fontes. Compras estatais de grandes volumes de milho e algodão foram suspensas, mas os detalhes ainda não estavam claros. No pior cenário, se Trump continuar a mirar a China, o governo chinês teria que abandonar a fase 1 do acordo comercial entre os países, disse uma segunda fonte com conhecimento dos planos do governo. “Não haverá meios de Pequim comprar produtos adicionais dos EUA enquanto estiver recebendo constantes ataques de Trump”, disse a pessoa.
O compromisso dos chineses com os EUA - A China se comprometeu com compras adicionais de 32 bilhões de dólares em produtos agrícolas dos EUA ao longo de 2 anos sob o acordo comercial assinado em janeiro pelos países, com metas estabelecidas sobre dados de 2017. A China já comprou soja, milho, trigo e óleo de soja dos EUA neste ano, visando cumprir sua parte no acordo. Pequim também ampliou as compras de carne suína dos EUA após a peste suína africana ter dizimado seu rebanho. O Departamento de Agricultura dos EUA registrou que a China comprou 1,028 bilhão de dólares em soja e 691 milhões de dólares em carne suína no primeiro trimestre de 2020.
Importadores privados ficaram de fora - Importadores privados não receberam pedidos do governo chinês para suspender compras dos EUA, segundo uma terceira fonte, de uma trading, que ressaltou, no entanto, que os compradores estão cautelosos no momento. “Uma certa parcela do comércio será paralisada” devido à tensão crescente entre China e os EUA em outras áreas, mas não é uma paralisação total, disse uma quarta fonte, com conhecimento dos planos do governo. A China, no entanto, poderia encontrar facilmente outros vendedores de produtos agrícolas, acrescentou essa pessoa. As fontes recusaram-se a ser nomeadas devido à sensibilidade do tema. (Agência de notícias REUTERS)
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