top of page

Saiba ainda mais sobre como a gente - e outros especialistas - lemos o seu currículo.


headhunter sp, headhunting brasil, executive search, consultoria empresarial, gerenciamento de carreira, coaching sp, aconselhamento profissional
É provável que na conversa o entrevistador tenha informado um cronograma de próximos passos ou uma data para retornar a você. Aguarde o tempo informado e nunca (eu disse nunca) faça follow-up antes desse período.

Recrutadores contam como avaliam os currículos recebidos - Dicas ajudam a fugir de erros clássicos que desvalorizam a apresentação dos candidatos.

(Por Eduardo Vanini - Jornal O Globo, Economia - 11/09/2016)

RIO - Já parou para pensar em como os recrutadores leem os currículos? Ter uma boa compreensão desta situação ajuda bastante na produção do material. Cuidar bem da forma e do conteúdo é fundamental para garantir a visibilidade deste, que pode ser o passaporte de entrada em uma vaga de emprego.


Pensando exatamente nisso, o aconselhador de carreiras Rodrigo N. Ferraz, que dirige a empresa de consultoria empresarial Upbeat Consulting, escreveu um artigo sobre o tema.


Segundo ele, como os processos seletivos estão mais lentos e com um contingente muito maior de candidatos, os recrutadores estão buscando cada vez mais objetividade durante a análise dos candidatos. "Muitos cuidados na hora de elaborar um currículo ainda são vistos pelas pessoas como diferenciais, quando, na verdade, deveriam ser encarados como obrigação", afirma ele. "É o caso de descrever mais detalhadamente as experiências. É muito comum as pessoas apenas nomearem suas atribuições nas empresas. Mas queremos saber, na verdade, quais foram seus pontos fortes nessa atuação. A gente sabe, por exemplo, o que um gerente de marketing faz. O que importa, para nós, é conhecer qual ação o candidato tomou em relação a determinada marca e o que isso proporcionou".


A apresentação visual também deve ser uma preocupação. De acordo com Ferraz, quanto mais limpa for a aparência do documento, mais chances tem de atrair o olhar do recrutador.

"Tem gente que faz uma verdadeira colcha de retalhos, com informações truncadas e mistura de fontes", comenta.


VENDER O PEIXE

A coordenadora e professora dos MBAs da Fundação Getúlio Vargas, Anna Cherubina Scofano, mostra uma visão prática sobre como os currículos devem ser pensados:

"O candidato tem que se colocar no lugar de um produto e pensar que, para que alguém queira compará-lo, precisa ser vendável. Ou seja, tem que mostrar seus benefícios".

Os selecionadores, como ela diz, também querem coerência. Eles analisam como a formação profissional e as experiências do candidato têm a ver com a vaga aberta.

"Não adianta ficar enchendo o currículo com experiências repetitivas e desconexas", recomenda Anna. "Então, a cada palavra escrita, a pessoa tem que se questionar se realmente tem algo a agregar. Outro aspecto muito observado é o modelo utilizado. No passado, era comum esses documentos serem redigidos com informações como números de CPF e Identidade. Atualmente, isso caiu em total desuso. Nome, idade, contatos, endereço e estado civil estão de bom tamanho. Se a pessoa insiste nisso, acaba passando uma imagem de que está desatualizada", afirma Anna.


Monitora de Recursos Humanos do grupo de consultoria Insigne, Mariana de Assis está acostumada a avaliar currículos com olhar clínico. A cada processo aberto pela empresa, ela recebe cerca de 200 exemplares. "A primeira coisa que vejo é se realmente está de acordo com a vaga, analisando o objetivo da pessoa e as funções que já exerceu. Ainda é muito comum profissionais de outras áreas mandarem seus dados para qualquer processo aberto, achando que terão alguma chance", comenta.


Depois dessa peneira, ela imprime os exemplares adequados e parte para a avaliação das experiências descritas e a formação. Ela também dá uma atenção especial para o local onde os candidatos residem. Quem está mais próximo à empresa soma pontos.


Já Ana Paula Montanha, sócia da Jobplex no Brasil, empresa especializada em recrutamento e seleção de executivos de alto escalão, conta que a primeira coisa que observa é a formação. Ela explica: "Isso mostra o quanto a pessoa se dedicou à carreira e como ela se esforçou para se aprimorar. Para ser dedicado, o profissional precisa de gostar do que faz, e a quantidade de cursos e especializações dentro de sua área são indicadores disso." E isso, segundo ela, não significa que tais informações devem ser as primeiras listadas. Ela espera apenas que estejam bem escritas. "Os brasileiro têm mania de se apegar à ideia de que lemos apenas a primeira página. A preocupação não tem que ser essa. Tem que ser com o conteúdo", observa Ana Paula. Jamais esquecer-se de que a mentira tem perna curta é outro mandamento. Ana Paula conta que muita gente insiste em inflar a carreira, e acaba se queimando para sempre na empresa.


"Certa vez, um executivo disse que havia se formado numa faculdade e, quando pedimos o comprovante, ele confessou que ainda não tinha terminado o curso", recorda-se.


EXIGÊNCIA TAMBÉM PARA INICIANTES

Jovens que estão inciando a vida profissional também devem ser criteriosos ao produzir um currículo. A assessora técnica de recrutamento e seleção da Fundação Mudes, Ana Paula Furlan, afirma que não é por estarem começando a carreira que a exigência vai ser menor.

Especializada em estágio e trainee, a fundação recebe cerca de 200 currículos por dia, dos quais, pelo menos, 30% têm alguma falha, de acordo com Ana Paula. "Eles costumam se esquecer de informações essenciais, como telefone, bairro e estado civil", nota a assessora.

"É muito comum listarem apenas um telefone residencial que nunca é atendido ou escrever algo com grafia errada, como nome de softwares que dizem dominar. Obviamente, como essas pessoas estão no início da carreira, também é normal se sentirem inseguras por terem poucas experiências a serem listadas. Mas mentir ou citar atividades que não conversam com a vaga só vai atrapalhar. O ideal é que o estudante aproveite isso para pensar na carreira. É o momento de buscar cursos, trabalhos voluntários e até palestras que possam ser citadas", indica ela.


Para o superintendente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola no Rio, Paulo Pimenta, também é importante fugir do modelo-padrão: "O material deve ser adequado à cada empresa. O estudante precisa conhecer o perfil da companhia e priorizar as experiências que interessem ao recrutador". Outro aspecto interessante para o candidato, segundo Pimenta, é mostrar um pouco da sua personalidade por meio de algumas atividades. "É o caso daqueles que fazem algum trabalho voluntário ou ação cultural", ilustra ele, ressaltando que isso deve ser feito com parcimônia. "Não adianta ficar enchendo de penduricalhos, porque vira excesso".


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/recrutadores-contam-como-avaliam-os-curriculos-recebidos-20081708#ixzz4KROsognT © 1996 - 2016. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.

コメント


bottom of page