"Nunca se mente tanto antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada.” (Otto von Bismark)
Ansiedade eleitoral paralisa US$ 33 bilhões em transações no Brasil
As eleições de outubro no Brasil decidirão mais do que simplesmente quem lidera a maior economia da América Latina. Pelo menos US$ 33 bilhões em fusões, aquisições, emissão de ações e títulos de dívida estão na balança, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A joint venture de US$ 4,8 bilhões entre a Boeing e a Embraer pode ser considerada uma ameaça à segurança nacional do Brasil, a entrega de um tesouro nacional ou um benefício que fortaleceria ambas as empresas e o país. Depende de para qual candidato presidencial é dirigida a pergunta. Além da Boeing e da Embraer, gigantes corporativos como a Eletrobras, a Petrobras e a LyondellBasell também estão com transações paradas até que os eleitores decidam quais serão as perspectivas para os mercados e a economia. As ofertas totais de ações do Brasil alcançaram R$ 24,7 bilhões neste ano, 7,4% menos que no mesmo período do ano passado. “Quanto mais nos aproximamos das eleições sem melhorar a visibilidade sobre o resultado provável, mais difícil é fechar negócios”, disse Eduardo Guimarães, chefe de fusões e aquisições do Itaú BBA. “É duro reduzir a diferença de preços entre compradores e vendedores quando você não tem previsão sobre o cenário base para os próximos anos.”
A paralisação de M&As - “A volatilidade da taxa de câmbio, a incerteza econômica e a dificuldade em enxergar um horizonte de saída claro, tudo isso influencia o cronograma dos negócios”, disse Roderick Greenlees, chefe do banco de investimento Itaú BBA, primeiro colocado no ranking de assessor financeiro de fusões do Brasil neste ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. “A atividade deve melhorar após as eleições, à medida que o mercado se estabilize.” A moeda brasileira perdeu 10 por cento desde 3 de agosto após as pesquisas eleitorais que mostravam aumento nas intenções de voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja campanha qualificava o acordo Boeing-Embraer como “ilegítimo”. O PT promete bloquear o acordo, caso seu candidato vença as eleições, usando o poder de veto do governo na Embraer. O PT se opõe a reformas que os banqueiros consideram fundamentais para melhorar as contas fiscais. No outro extremo do espectro político, o candidato Geraldo Alckmin disse que a joint venture da Boeing com a Embraer é positiva para as empresas e para o Brasil.
Queda no número de fusões - As fusões anunciadas desde o início do terceiro trimestre caíram 37%, para US$ 4,79 bilhões, em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Os US$ 32,8 bilhões em negócios anunciados este ano estão 4,5% abaixo do mesmo período do ano passado, mostram os dados. O Brasil representa cerca de 26% de todos os negócios de fusões e aquisições na região da América Latina este ano, ante 33% no ano passado. “As eleições estão completamente indefinidas – não há uma tendência clara no momento – e será difícil para as pessoas tomarem decisões estratégicas de investimento ou desinvestimento de longo prazo com pouca previsibilidade”, disse Eduardo Mendez, co-responsável por renda variável na América Latina no Morgan Stanley, o banco que mais liderou emissões de ações de empresas brasileiras até agora este ano. Os mercados emergentes estão sofrendo ao redor do mundo, e a incerteza das eleições no Brasil só aumenta essas tensões, disse Mendez. “Acho que podemos ver algumas transações de block-trade, que são mais rápidas e têm menos risco do que uma oferta normal de ações”, disse ele. “Mas elas podem ter spreads maiores.”
A interferência judicial afeta os negócios - As posições dos candidatos sobre a política tributária também afetarão os negócios, de acordo com Fernanda Ortiz, associada do Banco BTG Pactual. Tributar os dividendos da empresa, uma ideia que muitos candidatos presidenciais estão apoiando, poderia significar retornos mais baixos para os investidores, disse Ortiz. “Grande parte das transações pressupõe boa vontade do governo, seja do ponto de vista regulatório, seja como vendedor de ativos, o que fica mais difícil conforme as eleições se aproximam”, disse Thiago Sandim, sócio do escritório de advocacia Demarest. “O mercado de M&A está engasgado”, disse Sandim, acrescentando que a instabilidade política também está criando um solo fértil para “muito interferência judicial” na venda de ativos. A Petrobras teve seu programa de desinvestimento bloqueado pelo juiz Ricardo Lewandowski, do STF, que determinou em julho que qualquer venda de empresa estatal, incluindo subsidiárias, deve ser aprovada pelo Congresso. A decisão forçou adiamentos de negócios como a venda de uma unidade de gasoduto no nordeste do Brasil, transação que pode chegar a US$ 8 bilhões.
Adiamento nas vendas de ativos - A empresa estatal de energia Eletrobras estava tentando vender seis unidades de distribuição e depois de muitas batalhas judiciais está leiloando três, enquanto outra venda poderá ocorrer em 26 de setembro. A privatização da própria Eletrobras por meio de venda de ações no mercado também foi adiada, de um total de mais de 20 negócios postergados no país. A possível venda do controle da Braskem para a LyondellBasell também está em ritmo mais lento. “Há menos negócios e os que estão indo adiante estão demorando mais para fechar”, disse João Ricardo de Azevedo Ribeiro, sócio sênior do escritório de advocacia Mattos Filho, de São Paulo, o primeiro colocado no ranking de maior assessor jurídico de M&A no Brasil este ano. Os US$ 33 bilhões em transações presas no limbo não incluem leilões para a venda de 12 aeroportos, quatro ferrovias e seis estradas, que o governo já admitiu serão adiados para o próximo ano, com investimentos estimados em R$ 64 bilhões. “Com todos esses acordos represados, podemos ver uma enxurrada de transações após as eleições”, disse Pedro Whitaker de Souza Dias, sócio do Mattos Filho. (Portal da revista EXAME, com informações da agência de notícias Bloomberg - Cristiane Lucchesi, Felipe Marques e Vinícius Andrade)
Perfumaria e cosméticos lideram vendas online
No primeiro semestre de 2018, o setor de perfumaria e cosméticos encabeçou pela primeira vez o ranking de produtos mais pedidos do e-commerce, com 15% das vendas. A categoria ultrapassou moda e acessórios, ao apresentar um crescimento de 33% em pedidos e 45% em faturamento. As informações constam da 38ª edição do relatório Webshoppers, produzido pela Ebit/Nielsen. “Os dados revelam que as farmácias, lojas e fabricantes de cosméticos estão fortalecendo seus canais online e o consumidor está lançando mão dessa opção de compras”, ressalta Pedro Guasti, consultor de negócios da Ebit/Nielsen. Segundo o executivo, o comércio eletrônico brasileiro faturou R$ 23,6 bilhões no primeiro semestre de 2018, uma alta de 12,1% em relação aos R$ 21 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.
Comércio eletrônico continuará crescendo - Seguindo essa base de comparação, o número de pedidos cresceu 8%, de 50,3 milhões para 54,4 milhões, enquanto o tíquete médio foi de R$ 433, um avanço de 3,8%. No primeiro semestre de 2018, cerca de 27,4 milhões de consumidores fizeram pelo menos uma compra na internet, sendo que 32% das transações foram realizadas por meio de dispositivos móveis. “O crescimento do m-commerce é impulsionado por categorias de menor tíquete médio, como cosméticos e perfumaria”, explica Guasti. A expectativa é que o comércio eletrônico feche 2018 com vendas de R$ 53,4 bilhões, 12% superior aos R$ 47,7 bilhões computados no ano passado. O número de pedidos deverá crescer 8%, atingindo a marca de 120 milhões, e o tíquete médio deve ter um incremento de 4% e chegar aos R$ 445. (Panorama Farmacêutico)
Farmacêuticos podem aplicar toxina botulínica
O CFF - Conselho Federal de Farmácia esclarece que, ao contrário do que tem sido divulgado, os farmacêuticos estão autorizados a atuar na área de estética, inclusive na aplicação da toxina botulínica. O acórdão desfavorável à atuação do farmacêutico na área estética, emitido pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, não abrange todos os profissionais. A ação anula temporariamente a Resolução/CFF nº 573/13, uma vez que o CFF já recorreu da decisão. As demais resoluções do CFF, 616/15 e 645/17, continuam em vigor e incluem a aplicação de toxina botulínica, o preenchimento dérmico, a carboxiterapia, a intradermoterapia/mesoterapia, o agulhamento/microagulhamento estético e a criolipólise. A ação impetrada contra as mesmas por entidades médicas na justiça federal de São Paulo foi extinta, inclusive com parecer favorável do Ministério Público Federal.
O que os farmacêuticos não podem - Os farmacêuticos estão impedidos de realizar procedimentos de cosmetoterapia, eletroterapia, iontoterapia, laserterapia, luz intensa pulsada, peelings químicos e mecânicos, radiofrequência estética e sonoforese. O Conselho salienta que, em 3 de abril, foi publicada a Lei Federal nº 13.643/18, que implantou um paradigma inédito no país ao dispor que o “exercício da profissão de esteticista é livre em todo o território nacional”. A estética é, portanto, uma área multiprofissional, não sendo de atuação restrita aos médicos ou de qualquer outro profissional da saúde. (Panorama Farmacêutico)
Hospital Groups Launch Own Company to Make Generic Drugs
Several major hospital groups Thursday launched their own generic drug company to tackle chronic shortages and high prices. The new company, Civica Rx, plans to start with 14 widely used hospital drugs long in short supply. The company isn't disclosing the drugs' names for competitive reasons, but they include a mix of generic pills, patches and injectable drugs for treating infections, pain and heart conditions, board chairman Dan Liljenquist said. "The mission of Civica is to make sure these drugs remain in the public domain, that they're available and affordable to everyone," he said. Drug shortages have been widespread for more than a decade, particularly for inexpensive generic drugs, due to manufacturers consolidating, stopping production of low-profit medicines and having to fix manufacturing problems. Hospitals are particularly hard hit and frequently must scramble to find scarce medicines, often at huge price markups, or come up with workarounds that may not be as effective or safe for patients.
Civica - Civica was founded and funded by three health foundations and seven hospital groups, among them Intermountain Healthcare, a 23-hospital system based in Salt Lake City where Liljenquist is chief strategy officer. Veterans Affairs and the American Hospital Association also are participating. Chief executive of the not-for-profit company will be Martin VanTrieste, the retired head of manufacturing quality at biotech drugmaker Amgen. Besides creating a reliable supply for its 500 hospitals, Civica aims to reduce drug prices by about 20 percent. The drugs will be sold to nonmember hospitals as well, at slightly higher prices, Liljenquist said. The company, based in the Salt Lake City area, plans to make some of the generics itself and hire companies to produce others, he said. It is aiming to get its first medicines on the market by mid-to late 2019. (Pharmaceutical Processing newsletter with information from The Associated Press - Linda A. Johnson)
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