“Dedicação, perseverança, desejo de atingir os objetivos, muito amor e fé... Um dia você chega lá, de alguma maneira você chega lá. ” (Ayrton Senna)
A Saúde na Percepção dos Brasileiros
Um estudo com este título foi recentemente realizado pela empresa Ipsos, multinacional francesa de inteligência de mercado, revelando que o Brasil está em segundo lugar entre os países com maiores índices de percepção equivocada em relação aos dados de saúde da população. A pesquisa reuniu 825 entrevistados de 38 nações. O Brasil só perde para a África do Sul e é seguido por Filipinas, Peru e Índia. Um dos dados mais emblemáticos refere-se ao desconhecimento sobre a incidência do diabetes. Os entrevistados foram questionados sobre quantas pessoas num grupo de 100, com idades entre 20 e 79 anos, sofrem da doença em sua terra natal. Os brasileiros acreditavam ser 47%, quando o índice real é de 10%.
A população superestima a extensão das doenças - “É uma grande desproporção, que revela como a população superestima a extensão das doenças”, afirma Marcos Calliari, CEO da Ipsos. Do total de pesquisados, 35% relataram ter dificuldade pessoal de acesso à saúde, enquanto 64% só acionam um profissional quando apresentam indisposição, dor ou sintomas claros de doenças. A pesquisa revela um campo vasto para a atuação dos farmacêuticos clínicos, que estão mais próximos da população e podem ajudá-la a mudar hábitos em prol de uma gestão mais efetiva de saúde.
Preocupação com a saúde - A situação da saúde também é uma preocupação geral para 76% dos brasileiros, sendo que 42% a definem como extremamente ruim. O estudo também apontou que 64% dos entrevistados pagam pelos medicamentos utilizados, enquanto que 25% dividem-se entre pagar pelo remédio e também retirar pelo SUS. Apenas 11% afirmaram retirar os medicamentos exclusivamente por meio do SUS.
Hipertensão e diabetes - Outro levantamento da Ipsos, As novas Caras do Brasil, revela que 51% das mulheres consomem OTC (medicamentos isentos de prescrição) em farmácias, contra 42% dos homens. Do total, 48% afirmam utilizar medicamentos de uso contínuo, sendo que a população acima de 50 anos é a que mais consome (61%). Foi destacado ainda que a hipertensão é a principal doença em tratamento nos domicílios pesquisados (39%), seguida do diabetes, com 28%. (Panorama Farmacêutico)
O que precisa ser revisto entre Boeing e Embraer
Os acionistas brasileiros da Embraer têm um recado para a Boeing: 'the price is NOT right.'
Depois que as duas empresas anunciaram os termos de sua parceria estratégica, o valor da ação da Embraer na Bolsa, em vez de aumentar caiu incríveis 14% na quinta-feira, 5. O consenso entre gestores locais é de que o preço da oferta não reconhece o valor intrínseco da Embraer e as sinergias anunciadas estão subestimadas. Além de BNDES e Previ, os maiores acionistas brasileiros da Embraer são fundos administrados pelo Itaú Asset Management, Bahia Asset, XP Gestão, Tempo Capital e RPS Capital. Já há movimentação entre alguns deles para exigir um preço mais alto. A Boeing precisa dos brasileiros para fechar o negócio: uma cláusula no estatuto social da Embraer, colocada à época da privatização, dá aos acionistas locais um poder de voto substancialmente maior que o dos estrangeiros, garantindo que o voto dos acionistas brasileiros será sempre, no mínimo, 60% dos votos que podem ser exercidos numa assembleia.
Benefícios para a Embraer - A Embraer também pode se beneficiar muito de um casamento com a Boeing. A Embraer fabrica um produto muito competitivo na aviação regional. Seus jatos são universalmente elogiados por serem 'user friendly', econômicos e elegantes no design. Mas o mercado caminha cada vez mais na direção de um duopólio. Em abril do ano passado, a Boeing reclamou ao Governo americano que a Bombardier estava vendendo seus jatos regionais C-Series nos EUA abaixo do preço de custo graças a subsídios recebidos dos governos canadense e inglês. O Departamento de Comércio concordou com a Boeing e colocou uma tarifa de importação de 300% no C-Series, colocando em risco a continuidade do programa. Meses depois, a Airbus tomou o controle do programa, comprando 50,1%. “É verdade que existe um movimento de consolidação global e, se a Embraer não participar dele, ela pode ficar sozinha,” diz Flávio Clemente, analista da Jardim Botânico Investimentos, que investiu na companhia em 2016 quando a ação era negociada a R$ 16. “Mas a Embraer não tem motivo nenhum para entrar em pânico e fazer uma operação a qualquer custo.” Na transação, que cria uma joint venture na área de aviação comercial, a Boeing avaliou o negócio de jatos regionais da Embraer em US$ 4,75 bilhões e se propôs a pagar US$ 3,8 bilhões para ficar com 80% da empresa resultante. Este preço está em linha com o múltiplo no qual a Embraer já negocia na Bolsa, ou seja, 10 vezes o valor do EBITDA. A Boeing negocia a 15 vezes.
A Embraer é invejada por sua excelência - O desejo de qualquer acionista seria por uma aquisição pura e simples, mas a Embraer é uma empresa carregada de simbolismo. Seus engenheiros são uma ilha de excelência que faz inveja ao mundo, e a inteligência desenvolvida em São José dos Campos trafega numa via de mão dupla que liga a Aeronáutica à Embraer. Aprovar a venda da companhia inteira já seria uma tarefa complicada para qualquer governo; mas para uma administração politicamente fraca e em fim de mandato, trata-se de uma tarefa inimaginável. A Joint Venture foi a solução possível, mas os investidores dizem que o preço da oferta não reflete o potencial da empresa. “O maior problema da Boeing hoje é a falta de engenheiros. Cerca de 25% dos engenheiros da Boeing vão se aposentar nos próximos cinco anos, e metade nos próximos dez anos,” disse Gustavo Daibert, gestor da Bahia Asset Management, cujos fundos coletivamente têm 1% da Embraer. “Se este não é o foco principal da Joint Venture, certamente é um dos principais. Quanto custa levar o ITA para os EUA?”
Preço baixo – “Os jatos comerciais E2 produzidos pela Embraer são muito difíceis de serem replicados. Os chineses tentam há anos replicar o modelo da Embraer e produzir um jato regional, mas não conseguem porque falta base técnica.” Daibert fala com conhecimento próprio: ele se formou em engenharia aeronáutica pelo ITA e trabalhou na Embraer antes de entrar no mercado financeiro. Há, também, uma questão conjuntural. “Como a Embraer está trazendo a mercado um novo produto, a família de jatos E2, ela está reconhecendo os custos mas ainda não tem receita da nova linha,” diz um gestor. “Mas esse momento de resultado operacional ruim deve se reverter rapidamente quando as vendas começarem. Comprar a Embraer neste preço é como comprar uma empresa commodity no ponto mais baixo do ciclo.”
O valor subestimado das sinergias do negócio - Outro acionista de longa data reclama que as sinergias de custo anunciadas de US$ 150 milhões por ano a partir de 2020 não dão o quadro todo. As sinergias de receita são tão ou mais importantes que as sinergias de custo anunciadas. “A soma de Boeing com Embraer eleva o negócio de aviação regional a um outro patamar: usando seu canal de vendas, a Boeing vai poder até fomentar o mercado regional, e a Joint Venture ganhará um poder de barganha que a Embraer hoje não tem.” Além da Joint Venture na aviação comercial, as duas empresas também irão criar uma sociedade para promoção comercial e desenvolvimento de novos mercados na área de defesa: a estrela é o cargueiro KC-390, um avião multimissão que está saindo da fase de desenvolvimento e logo deve começar a gerar receita. Levando-se em conta o valor das ações da Embraer depois da queda de quinta-feira passada, a venda da empresa seria negociada a 8,5 vezes EV/EBITDA de 2018 e 6,5 vezes o EBITDA de 2019.
E o viés financeiro? Outro fator que contribuiu para a queda do valor da ação certamente foi a frustração do mercado com o fato do acordo anunciado ser preliminar e não vinculante. Ou seja, depois de meses de negociação, o nível de incerteza permanece relativamente alto, e, piorando as coisas, as empresas estimam que a transação só deve fechar daqui a um ano e meio, no final de 2019, havendo uma eleição presidencial no meio do caminho. A negociação abrangeu todos os aspectos do negócio: da divisão de ativos à alocação de engenheiros, da governança às necessidades do Governo brasileiro. “Só faltou combinar com os acionistas,” diz um gestor em São Paulo. “Será que ninguém no conselho pensou no viés financeiro?”
“David contra Golias” - Uma fonte do Governo disse ao Brazil Journal que o memorando de entendimento publicado ontem é “um ponto de partida, e não de chegada,” e que a definição do preço cabe exclusivamente aos acionistas das duas empresas. Segundo esta fonte, a Boeing sequer teve acesso às informações financeiras da Embraer até agora. As duas empresas prepararam seis MOUs cobrindo os vários aspectos da Joint Venture. Só um destes memorandos foi publicado no anúncio do negócio na quinta-feira passada, e, a partir de agora, os dois lados vão trabalhar nos detalhes. “Hoje há no máximo 60 páginas de entendimento, mas quando esse processo acabar, eles devem ter mais de 1.000 páginas detalhando todos os aspectos da operação.” “É Davi contra Golias? É,” diz Daibert. “Mas os acionistas são fundos de investimento, e eu não sei se eles precisam tanto deste negócio quanto a Boeing.” (Portal Fusões & Aquisições - Geraldo Samor)
Agricultura representará 80% do faturamento da Bayer no Brasil
A divisão de agricultura será a mais relevante para os resultados da Bayer no Brasil a partir da consolidação das operações com a Monsanto. Segundo executivos da empresa, pelo menos 80% da receita da companhia no mercado brasileiro virão da divisão CropScience, com os 20% restantes divididos entre a farma (medicamentos com receita) e consumer health (medicamentos que podem ser adquiridos sem receita). Combinadas, as vendas de Bayer e Monsanto no Brasil somam 15 bilhões de reais anuais. Usando esse número como referência, significa que a divisão agrícola contribuiria com pelo menos R$ 12 bilhões, com a expectativa de crescimento para os próximos anos. “O Brasil será o segundo mercado global para a divisão CcropScience da Bayer e será o maior motor de crescimento para a empresa. Isso ajuda a explicar a importância estratégica que o Brasil tem”, disse o presidente global da Bayer CropScience, Liam Condon.
O negócio será concluído somente depois da venda de ativos da Bayer para a Basf - O negócio entre a Bayer e a Monsanto foi concluído em 7 de junho, depois das avaliações de autoridades de defesa da concorrência de diversos países. No entanto, as duas operam de forma separada porque ainda não foi concluída a venda de ativos da Bayer para a Basf, exigência dos órgãos concorrenciais. Esses desinvestimentos devem ser concluídos em meados de agosto, levando-se em conta que, em junho, havia sido divulgada uma expectativa de dois meses para a conclusão da venda dos ativos. De acordo com os executivos, cumprida essa meta, os resultados financeiros do segundo trimestre, previstos para setembro, devem trazer os números combinados de Bayer e Monsanto. “Esperamos que o faturamento no Brasil cresça neste ano e no ano que vem também. Não poderia revelar um número porque o guidance para o futuro só poderia ser dado depois da integração das duas empresas. Mas o ponto de partida seriam esses R$ 15 bilhões”, disse Condon.
A concorrência futura no mercado de sementes - Questionado sobre o futuro da concorrência no mercado de sementes e químicos com a recente onda de consolidação entre grandes companhias, Condon destacou que as autoridades de defesa da concorrência levaram muito tempo para analisar as operações. No caso de Bayer e Monsanto, a obrigação de vender ativos sinaliza que a competição permanecerá forte. “A motivação dessas vendas é garantir que a competição continue florescendo. As autoridades fizeram um trabalho diligente e todas se sentem à vontade para dizer que a competição vai continuar vibrante”, afirmou Liam Condon.
Extinção da marca Monsanto - Sobre a extinção da marca Monsanto depois da integração das operações, o presidente global da Bayer CropScience explicou que a decisão foi tomada depois de um trabalho de auditoria. A conclusão foi a de que a Bayer tem uma aceitação maior no mercado e que, em função desse reconhecimento, a decisão foi manter apenas o nome da empresa alemã. Já em relação à cobrança de royalties pelas tecnologias, tema que já motivou até ações na Justiça de associações de produtores contra a Monsanto, Condon informou que ainda não teve acesso à totalidade das informações na multinacional americana. Segundo ele, como as operações ainda estão separadas, esses dados são sigilosos. O executivo disse, no entanto, que a Bayer pretende manter a estratégia de licenciamento amplo, em que as tecnologias são liberadas para outras empresas. “Havia uma preocupação relacionada à mudanças dessa política, mas ela vai continuar”, garantiu.
O executivo chefe de operações da Bayer CropScience no Brasil, Gerhard Bohne, acrescentou que a empresa estará aberta a discussões. “Sempre estamos abertos à discussão com as associações de produtores e vamos estar mesmo depois da fusão”, afirmou.
O mercado de defensivos no Brasil - Liam Condon disse ainda que os estoques nos canais de distribuição estão em níveis considerados normais pela empresa. Diferente do ano passado, quando houve uma grande quantidade de defensivos, especialmente inseticidas e fungicidas, retida nessa parte da cadeia. “A situação no ano passado colocou pressão sobre os canais de distribuição. Hoje, a demanda está relativamente robusta e não há problemas de estoques nos canais de distribuição, pelo menos para a nossa empresa”, disse Condon. Em uma média global, a Bayer considera uma situação normal o acúmulo de 30% do volume de vendas nos canais de distribuição. Gerhard Bohne, da Bayer CrosScience Brasil, reconhece, no entanto, que esse número não é a melhor referência, já que essas proporções podem variar de acordo com o calendário de safra, a região e a cultura à qual o produto será aplicado. Baseando-se na agricultura do Brasil, o executivo pontuou que regiões fortes na produção de hortaliças, por exemplo, demandam produtos durante todo o ano. Na produção de grãos do Cerrado, com safra e safrinha, os volumes disponíveis variam mais. “Em Mato Grosso, o objetivo é chegar no final da safra com estoque muito baixo nas distribuidoras. Menos de 10%, porque não se precisa de produto naquele momento. Chega dezembro, em que estamos com mais de 50% de produto porque ele é usado logo no início de janeiro”, disse Bohne. (Portal Fusões & Aquisições, com informações da revista Globo Rural – Raphael Salomão)
Raízen estaria comprando a Usina Rio Pardo
A Raízen Energia, joint venture entre Cosan e Shell, estaria em negociações para a aquisição da Usina Rio Pardo, em Avaré, SP, que pertence ao grupo Zogbi. A transação poderia envolver a assunção de cerca de 200 milhões de reais em dívidas da usina pela Raízen, de acordo com fontes com conhecimento do assunto. O grupo Zogbi diz que há conversas em andamento com a Raízen, mas afirmou, sem detalhar, que estas não envolvem a assunção de dívidas da usina. (Jornal Valor Econômico)
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